Liderança é tema central da 12ª edição do Circuito Aprosoja


Evento passa pelas 24 regiões com maior produção de soja e milho de MT.
Promovido pela Aprosoja e Senar, Circuito leva debate sobre liderança.
Lideranças no associativismo, nas suas comunidades e em suas empresas rurais. Os agricultores de Mato Grosso se destacam por produzirem riquezas no estado e por serem ativos em diversas esferas da sociedade.

Especificamente no associativismo, muitos produtores rurais participam ativamente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), que já se consolidou como uma instituição que forma lideranças.

E é este assunto que a décima segunda edição do Circuito Aprosoja vai debater no seu lançamento, dia 4 de maio, e em outras 24 cidades que são Núcleos da associação. Com o tema “Por que está cada dia mais difícil ter sucesso sozinho?”, o palestrante Carlos Alberto Júlio tem a missão de levar a reflexão sobre o processo de liderança para os agricultores associados à Aprosoja.

“Precisamos nos aproximar ainda mais das bases e mostrar nosso trabalho para a melhoria no negócio de todos. Juntos somos fortes, e, por isso, precisamos de líderes engajados e motivados”, afirma Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja.

O palestrante Carlos Júlio leciona em escolas de administração e negócios há quase 40 anos e tem diversos livros publicados. Os associados da Aprosoja poderão assisti-lo no lançamento do Circuito Aprosoja, dia 4 de maio, às 19h, no Cenarium Rural, em Cuiabá. E, em seguida, nos Núcleos da Aprosoja, conforme este calendário. A expectativa é que 4.300 pessoas participem dos eventos em todo o Estado.

O Circuito Aprosoja é realizado pela Aprosoja e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e está em sua 12ª edição.

 
Público do Circuito Aprosoja irá debater liderança na edição deste ano (Foto: Lucas Ninno/Aprosoja )

Aprosoja soma 24 núcleos em MT
Hoje, os núcleos representam mais de 7,3 milhões de hectares plantados no estado e agregam 4.700 associados. As lideranças da Aprosoja estão no interior do estado, nos Núcleos da Associação. Atualmente, há 24 Núcleos instalados em todas as regiões de Mato Grosso.

O último a ser instalado foi o Araguaia-Xingu, primeiro a funcionar no conceito de núcleo-região, reunindo 11 municípios da região Leste (Alto da Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, Canabrava do Norte, Confresa, Luciara, Porto Alegre do Norte, Santa Cruz do Xingu, Santa Terezinha, São Felix do Araguaia, São José do Xingu e Vila Rica).

O novo núcleo representa 483 mil hectares plantados de soja e milho e já conta com 55 associados. “Pretendemos fechar 2017 com 300 associados”, revela o delegado Hilário Molina. A sede será no sindicato rural de Porto Alegre do Norte.

Os núcleos são unidades representativas da associação compostas por agricultores de soja e milho localizados em um ou mais municípios adjacentes. Em parceria com os Sindicatos Rurais dos municípios, os núcleos de produtores permitem à Aprosoja um contato direto com o agricultor.

Em cada núcleo, a Aprosoja conta com delegados, representantes eleitos por voto direto pelos associados. É função dos delegados mobilizar os produtores para as ações da associação, apresentar demandas e reivindicações da base para a Aprosoja e contribuir para a disseminação de conteúdos estratégicos para os produtores.

Os Núcleos representam mais de 7,3 milhões de hectares plantados no estado e agregam 4.700 associados.

 
Núcleo Araguaia-Xingu foi criado em Assembleia Geral da Aprosoja (Foto: Isa Sousa/Aprosoja )

Treinamentos de gestão são tendência entre produtores de soja e milho
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) oferece mais de 40 treinamentos para qualificar e capacitar profissionais que irão atuar na cadeia produtiva da soja e do milho. Para o setor de máquinas e implementos agrícolas, são mais de 20. No entanto, a demanda por cursos na área de gestão tem aumentado nos últimos anos.

Com o objetivo de atender essa necessidade, a instituição oferece treinamentos de gestão de propriedades rurais, atendimento ao cliente, relacionamento interpessoal, associativismo e cooperativismo. O superintendente do Senar-MT, Otávio Celidônio, destaca que é uma área que o produtor precisa conhecer um pouco mais. “A ideia é despertar o interesse nas pessoas para que busquem mais informações e conhecimento sobre a importância da gestão na propriedade”.

O conhecimento gerencial tem se tornado cada vez mais reconhecido como uma importante ferramenta para o sucesso dos empreendimentos rurais. Ao contrário do aprendizado baseado exclusivamente na ‘lida’, a utilização de técnicas de gestão nas propriedades tem se tornado essencial para o agricultor.

A família da veterinária Mariana Adelaide Pinto de Oliveira, 25 anos, está frequentando os módulos do treinamento de gestão de propriedades rurais. O objetivo é profissionalizar a gestão das propriedades da família.

“Meu pai, Luiz Carlos Pinto de Oliveira, de 60 anos, não tem estudos, tudo que fez na vida até hoje foi na raça, do jeito que ele sabia. Mas ele formou os três filhos na universidade e, agora, trabalhamos com ele na nossa propriedade e queremos melhorar os resultados”, revela Mariana.

Acompanhar a evolução da tecnologia, principalmente no setor de máquinas e implementos agrícolas, é outro desafio para o Senar-MT. Celidônio conta que para atender essa demanda se investe muito na capacitação dos instrutores credenciados junto à instituição, na busca de novidades que atendam a necessidade do mercado e nas parcerias.

O resultado tem sido positivo. O número de pessoas qualificadas para o setor de mecanização agrícola aumenta vertiginosamente a cada ano. Em 2015, foram cerca de 5 mil. Já em 2016, esse número aumentou para 5.826.

Eduardo Sebastião Marinho, de 38 anos, era operador de tratores, mas depois de ter feito três treinamentos do Senar-MT, conta que se sente qualificado para assumir a operação de colhedeiras e até de plantadeiras. “É conhecimento na prática e o melhor de tudo é que temos o certificado que prova que somos qualificados para fazer o trabalho”.

Histórias como a de Marinho são comuns entre os participantes de treinamentos ofertados pelo Senar-MT em parceria com os sindicatos rurais. Participante da qualificação Operador de Máquinas Agrícolas, Lenice Liduína Luz, de 47 anos, é produtora rural em São Félix do Araguaia. Ela diz que os cursos que o Senar-MT oferece, além de complementarem os estudos, acrescentam conhecimento para a vida e para a carreira profissional.

Outro setor que tem uma alta demanda é o de segurança e saúde no trabalho. Os cursos voltados para esta área também estão entre os dez mais demandados. A instituição oferece mais de dez treinamentos para capacitar profissionais para atuarem nesta área. Dentre eles, o de primeiros socorros e qualidade de vida no trabalho. Para saber mais sobre esse assunto visite o site www.senarmt.org.br.

O Senar-MT tem o sindicato rural como principal parceiro. O produtor ou trabalhador rural interessado em fazer os treinamentos da instituição deve procurar o sindicato do seu município ou o mais próximo para saber se há turmas previstas e se há vagas.

Gestão rural é um dos cursos do Senar-MT mais demandados pelos agricultores de soja e milho (Foto: Lucas Ninno/Aprosoja)

Atuação da Aprosoja inclui gestão, política, ciência e muita informação
Embora tenha sua atuação de representação restrita aos agricultores de soja e milho no estado, a Aprosoja chegou aos 12 anos respondendo por uma área de 7,3 milhões de hectares, sob a responsabilidade de 4.700 associados. O foco é garantir a competitividade e a sustentabilidade de seus representantes, e para isso uma série de linhas de ação são desenvolvidas.

“São muitas demandas. Foi preciso dividirmos os temas para alcançar bons resultados”, explica o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin. Uma das linhas de trabalho visa ajudar os associados na gestão da propriedade. “Existem aspectos gerenciáveis pelo agricultor, como a administração do seu próprio negócio. Criamos projetos e iniciativas que contribuem para a boa gestão da fazenda”, comenta Endrigo.

Os exemplos desse tipo de atuação incluem o programa Soja Plus, que orienta o produtor sobre como se adequar a todas as exigências das legislações trabalhista e ambiental. Além disso, o projeto Referência opera como uma espécie de consultoria financeira, ajudando o agricultor sobre como monitorar e gerir seu negócio.

Mas há também uma série de aspectos que não são de responsabilidade do produtor e que impactam na atividade. “É por isso que também trabalhamos para termos mudanças no ambiente de negócios e focamos na busca por estabilidade jurídica”, pontua o presidente. É quando a Aprosoja assume seu papel político, no amplo senso da palavra, articulando junto aos diversos poderes públicos instituídos e também ao mercado alterações para superar obstáculos à atividade de produzir grãos.

Uma importante aliada nesse trabalho é a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que relaciona Congresso e Senado Federal com representantes das entidades do agro. Cabe à área técnica da Aprosoja o papel de acompanhar de perto as diversas legislações que interferem no ambiente de negócios dos seus associados. Os assuntos vão de crédito rural, Código Florestal, Funrural, logística à discussão sobre patentes na biotecnologia. “É um trabalho árduo, porque são vários assuntos que precisam ser monitorados permanentemente”, informa Endrigo.

Como os assuntos são variados, a informação de qualidade é fundamental no trabalho da associação. Além de canais de comunicação, a entidade mantém um corpo de delegados e diretores voluntários para fazer a conexão com a base de associados. Eventos de orientação, como o Circuito Aprosoja e o Simpósio Agroestratégico, são realizados anualmente para garantir que novidades técnicas cheguem ao produtor, permitindo que ele se sinta apto a tomar decisões na propriedade de forma estratégica.

A conexão entre a ciência e a tecnologia e a realidade do campo é outra tarefa cotidiana da Aprosoja. “Precisamos ficar atentos ao surgimento de novas tecnologias ou alternativas para a produção, ao mesmo tempo em que fazemos chegar à indústria e ao meio científico os percalços que o agricultor vive a cada dia, em sua fazenda”, observa o presidente da Aprosoja. As rodadas técnicas, em que um tema prático, geralmente associado ao manejo do sistema produtivo, é apresentado in loco aos associados, é uma das ações recorrentes dessa conexão entre pesquisa e agricultor.

As bolsas e o incentivo à pesquisa acadêmica que compõem o programa Agrocientista são um bom exemplo de como a ação da Aprosoja vai além da representação de classe. Anualmente, projetos de mestrado e doutorado sobre temas relacionados à agricultura feita em Mato Grosso são financiados pela associação, e depois compartilhados com seus associados. “Esse diálogo é fundamental pra nos mantermos em alerta para as novidades que a ciência pode trazer para o produtor”, diz Endrigo.

Programa Soja Plus orienta associados sobre como se adequar às leis ambiental, fundiária e trabalhista (Foto: Lucas Ninno/Aprosoja)

Academia de Liderança identifica, qualifica e renova líderes da Aprosoja
Desde 2008, a Aprosoja mantém um programa de educação corporativa para delegados e diretores, agricultores que se voluntariam a participar da representação e dos trabalhos da associação. A Academia de Liderança identifica, qualifica e permite a renovação dos líderes no setor rural mato-grossense.

Os conteúdos variam entre temas como marketing, organização do tempo, mercado de grãos, organização política, negociação. O curso é realizado durante a gestão de cada diretoria, com carga horária variável, e é gratuito. A turma de 2016-17 soma mais de 70 participantes.

A programação inclui aulas em Brasília, para melhor entendimento sobre o funcionamento das instituições públicas. Geralmente, os alunos visitam o Congresso Nacional e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), além de ministérios de interesse como Agricultura, Meio Ambiente e Transportes.

“A Academia é fundamental porque prepara os nossos líderes para dentro e fora da porteira. Essa importância aumenta mais quando observamos que o processo de sucessão no agro é uma realidade”, afirma Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja. Um dos reflexos diretos do programa é a inserção de lideranças rurais no meio político.

Entre os ex-alunos da Academia que hoje se posicionam como líderes classistas de importância nacional, estão os ex-presidentes da Aprosoja, Rui Prado e Glauber Silveira. Carlos Fávaro, que também presidiu a associação, hoje é vice-governador de Mato Grosso. Ricardo Tomczyk, também ex-presidente, ocupa atualmente o cargo de secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico.

Academia de Liderança forma novos líderes do agro (Foto: Marcos Guimarães/Aprosoja )

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