Ciclista de 60 anos relata como é pedalar por 40 dias de São Paulo a São Luís


Francisco Silva, enfrentou desafios na estrada e reviveu memórias ao retornar ao Maranhão sobre duas rodas. Ciclista percorre 5 mil quilômetros em viagem de São Paulo ao Maranhão
Já imaginou viajar de bicicleta de um estado a outro, enfrentando chuva, frio e estradas perigosas durante 40 dias? Esse foi o desafio encarado por Francisco Silva, de 60 anos, mais conhecido como Chiquinho da Mandioca. (Veja o vídeo acima)
Em conversa com o g1, o ciclista relembrou essa jornada repleta de desafios e emoções durante os cinco mil quilômetros percorridos.
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Natural do povoado Barro Duro, em Tutóia (a 326 km de São Luís), Francisco mora em São Paulo há 34 anos e é pai de quatro filhos. Apaixonado por ciclismo, ele já havia feito um percurso semelhante em 2001, quando pedalou até a capital maranhense com patrocínio. No entanto, dessa vez, precisou se preparar por conta própria. Para isso, trabalhou como entregador de aplicativo em São Paulo, o que também ajudou a melhorar sua resistência física.
“Foi um ótimo meio para ganhar fôlego, fazia muitos quilômetros em um só dia”, conta.
Francisco Silva em uma de suas aventuras pela estrada
Reprodução/Francisco Silva
Experiência e desafios na estrada
Francisco não é novato no mundo das longas pedaladas. Ele já participou de competições internacionais, incluindo o Race Across America, uma das provas mais duras do ciclismo, que atravessa os Estados Unidos de Leste a Oeste. Ele competiu em 2006, 2007, 2008 e 2015 — ano em que teve seu melhor desempenho.
Na jornada mais recente até São Luís, enfrentou desafios típicos das estradas brasileiras. “Meu pneu furou 13 vezes”, revela.
Ciclista enfrentou problemas durante o percurso
Reprodução/Francisco Silva
Além disso, relata a falta de respeito de alguns motoristas, especialmente de caminhoneiros. “É muito tenso quando eles passam colados. Você fica até sem respirar. Dá um susto danado”, comenta.
Para equipar sua bicicleta, contou com a ajuda de amigos. “Cada um contribuiu com alguma coisinha”, diz, agradecido.
Durante a viagem, um dos momentos mais marcantes foi quando passou pelo povoado onde nasceu.
“Lembrei muito da minha infância na roça, andando de cavalo… Eu tinha várias ideias para comemorar minha chegada, mas, na hora, só veio uma vontade enorme de chorar”, desabafa.
Depois de dois dias, Francisco seguiu viagem até São Luís. “Pedalei muito e, quando cheguei na Litorânea, fiquei impressionado”, relembra.
Novo desafio aos 70 anos?
Francisco já pensa em transformar suas histórias em um livro. Sobre repetir a aventura, ele não descarta a ideia. “Quem sabe quando eu completar 70 anos?”, brinca.
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