Golpistas usam dados de CNH de motorista goiano para fazer dívidas que já passam de R$ 130 mil


Idoso conta que descobriu quatro contas de telefone e três carros comprados no nome dele, no Distrito Federal. Vítima afirma estar em desespero com a situação: ‘É um sofrimento muito grande’. Golpistas usam dados de CNH de motorista goiano para fazer dívidas que já passam de R$ 130
O operador de sistemas Jeová Cândido Alves, de 62 anos, denunciou que descobriu ter uma dívida de mais de R$ 130 mil em seu nome sem ter feito as compras que geraram os débitos. Ele afirmou que teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) clonada ou falsificada no Distrito Federal e tenta resolver a situação para não ficar com nome sujo.
“Em dezembro passado me ligaram de um banco perguntando se eu tinha feito o financiamento de dois carros. Eu disse que não tinha e fui a uma agência do banco para tentar esclarecer a situação. Lá, eles me mostraram contratos de financiamentos de dois carros, cada um em R$ 50 mil, comprados lá em Brasília, usando uma CNH com meu nome, mas que não era minha e um endereço de lá, que também não é o meu”, contou ao G1.
O trabalhador disse que foi até o Departamento Estadual de Trânsito do DF, e confirmou que havia um documento com seu nome registrado lá. Na ocasião, também descobriu que havia um terceiro carro no seu nome e contas de telefone em quatro operadoras diferentes.
“A CNH que foi feita lá no DF vence em 2022, a minha vence em 2020. O número do meu benefício do INSS, que foi gerado nos financiamentos, também está errado e a assinatura nem parece com a minha. Eu trabalho já há 38 anos e não tem nada de anormal no meu nome”, afirmou.
Jeová Cândido Alves, de 62 anos, denunciou que teve nome usado em compras que não fez
Reprodução/TV Anhanguera
Alves destacou que denunciou a situação na Polícia Civil de Goiás e do Distrito Federal. Ele contou que também conseguiu uma decisão judicial que impede que sejam feitas cobranças de multas no Cadastro de Pessoa Física (CPF) dele. No entanto, ele quer que o problema seja resolvido e ele possa voltar a se sentir tranquilo.
“Já fui até na Serasa e na Receita Federal pedir uma audiência para saber como vou fazer para declarar meu Imposto de Renda, porque eu não tenho nada disso que está no meu nome. Isso tudo gerou um sofrimento danado. Não tem nenhuma coisa negativa no meu nome e minha vida sempre foi na legalidade, não tenho nem cartão de crédito. Minha vida virou de cabeça para baixo desde dezembro”, desabafou, emocionado.
À TV Anhanguera, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que foi registrada uma “ocorrência de estelionato na 23ª DP, a qual está sendo investigada pela 29ª DP”.
O G1 entrou em contato com a Polícia Civil de Goiás, nesta noite, por mensagem, e aguarda posicionamento do órgão a respeito do caso.
O Detran-GO informou à TV Anhanguera que o caso é de responsabilidade da unidade de Brasília.
Já o Detran-DF afirmou à TV Anhanguera, por meio de nota, que “os Detrans também são vítimas dos estelionatários, uma vez, que a fraude é feita com base em um documento de identificação falsa”. Ainda conforme o texto, casos como esse ocorrem quando há transferência de CNHs de um estado para o outro, quando é usada a base de dados nacional do órgão.
O texto diz ainda que a vítima, além de registrar ocorrência, deve “preencher um requerimento junto ao órgão de trânsito, para que seja cancelada suposta CNH fraudulenta, e assim o órgão possa verificar mediante apuração, os fatos decorrentes do caso”.
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