Maranhão registra 832 casos de leishmaniose em 2024, aponta a SES


Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos dois anos, 30 pessoas morreram em decorrência da doença no Maranhão 30 pessoas morreram no estado em dois anos, no Maranhão
A Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES), divulgou os números de casos de leishmaniose registrados em 2024. Ao todo, foram 832 casos, sendo 605 de leishmaniose tegumentar, que provoca lesões na pele e mucosas, e 227 de leishmaniose visceral, que afeta órgãos internos como fígado, baço, medula óssea e gânglios linfáticos. Esta última é a forma mais grave da doença e, em mais de 19% dos casos, pode levar à morte se não for tratada.
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Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos dois anos, 30 pessoas morreram em decorrência da doença no Maranhão. O estado, junto com Tocantins, é considerado de risco muito intenso para infecções. É fundamental orientar a população sobre como a doença se transmite e quais são os mosquitos responsáveis.
A prevenção é um aspecto crucial na luta contra a leishmaniose. Para isso, é necessário cuidar dos animais e do ambiente onde vivemos, evitando o descarte inadequado de lixo, que pode contribuir para a proliferação dos mosquitos. A maior incidência da leishmaniose ocorre em cidades litorâneas. Em São Luís, a doença foi identificada pela primeira vez na década de 1918, com o primeiro caso registrado no bairro de São Bernardo.
No ano passado, foram registrados 32 casos na capital, sendo 19 do tipo visceral e 13 do tipo tegumentar, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS). A maioria dos casos de leishmaniose visceral ocorreu entre homens, enquanto a forma tegumentar predominou entre as mulheres. Os sintomas da leishmaniose visceral incluem febre, emagrecimento, anemia, aumento do fígado e baço e hemorragias. Já a forma tegumentar causa lesões na pele, comumente úlceras que podem afetar as mucosas do nariz e da boca em casos mais graves.
Para prevenir a leishmaniose, recomenda-se o uso de coleiras repelentes em cães. Esse trabalho já é realizado desde 2020 em Caxias, onde cerca de 12 mil cães recebem uma coleira impregnada com inseticida a cada seis meses para afastar o mosquito transmissor da doença. Em São Luís, essa iniciativa ainda não foi implementada.
De acordo com a Semus, está sendo realizada campanhas de conscientização sobre os riscos da doença e a importância do tratamento precoce. A Unidade de Vigilância em Zoonoses atende animais com suspeita da doença e realiza inquéritos sorológicos para identificar os casos. Além disso, realiza o resgate de animais de rua com sintomas.
Para complementar as ações do poder público, veterinários recomendam que a população tome medidas preventivas em casa. Para o médico veterinário Arnaldo Muniz, a instalação de telas de proteção e a limpeza dos ambientes são essenciais para evitar o acúmulo de sujeira que possa atrair o mosquito transmissor.
‘’Fatores ambientais como desmatamento e ocupação desordenada também contribuem para a transmissão da doença. Com o desaparecimento dos habitats naturais dos mosquitos que se alimentam de animais silvestres, eles começam a buscar ambientes urbanos e domésticos’’, alerta o médico.
Atualmente, os cães são considerados reservatórios naturais e domésticos da leishmaniose. As medidas de controle envolvem o uso das coleiras impregnadas com inseticida que protegem os cães em aproximadamente 60% dos casos e conferem uma proteção à população em até 92%. A conscientização e ação coletiva são essenciais para combater essa doença no Maranhão.
Maranhão registra 832 casos de leishmaniose em 2024 e alerta para prevenção da doença*
Reprodução/ TV Mirante
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