Universidade do Pará anula matrículas de estudantes de medicina envolvidos em fraudes no Enem


Polícia Federal informou que concluiu a investigação e encaminhou o caso para o Ministério Público. Estudantes foram investigados por fraudes no Enem em 2022 e 2023. Estudantes da Uepa envolvidos em fraudes no Enem
Reprodução/Redes Sociais
Uma portaria publicada no Diário Oficial do Estado, nesta segunda-feira (5), anulou as matrículas e inscrições nos processos seletivos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) dos estudantes Moisés Oliveira Assunção e Eliesio Bastos Ataíde. Uma investigação da Polícia Federal apontou que eles ingressaram no curso do Medicina por meio de fraudes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos anos de 2022 e 2023.
Quem teria feito a prova por eles seria o estudante André Rodrigues Ataíde, principal alvo da investigação. A portaria da Uepa também oficializou o pedido de desistência definitiva dele da instituição.
A decisão da Uepa, segundo a normativa, foi tomada a partir de um ofício encaminhado pela delegacia da Polícia Federal de Marabá dando ciência da fraude no Enem.
Em nota, a PF confirmou que concluiu a investigação e encaminhou o caso para o Ministério Público. O g1 questionou por quais crimes os três ex-universitários foram indiciados, mas ainda não obteve resposta.
O Ministério Público Federal informou que alguns processos relacionados a este assunto estão sob sigilo.
Pela portaria publicada do Diário Oficial do Estado, André é o único que ainda poderá transferir as disciplinas cursadas na Uepa para outras instituições, caso ingresse em um novo curso de Medicina pelos próximos cinco anos.
Moisés e Eliesio não poderão creditar matérias, assim como não poderão ser investigados em processos administrativos da instituição.
Em março, os três estudantes foram suspensos pela Uepa em decorrência das investigações.
Portaria publicada no DOE – 05/08/24
Reprodução
O g1 solicitou um posicionamento para a defesa de André e Eliesio Ataíde , mas não havia obtido retorno até a publicação desta reportagem. A defesa de Moisés não foi localizada.
Leia também: Quem são os estudantes investigados pela PF por suspeita de fraude na prova do Enem para entrar em medicina no Pará
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O esquema
A investigação sobre a fraude no Enem começou em fevereiro deste ano, com a operação Passe Livre, deflagrada pela Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos envolvidos.
As investigações apontavam que André Ataíde teria feito as provas no lugar de Eliésio, em 2022, e Moisés, em 2023, e recebido R$ 150 mil por isto. Os valores teriam sido pagos em parcela.
Ele chegou a ser preso preventivamente em março deste ano, por falsidade ideológica e uso de documento falso, além de estelionato com causa de aumento de pena.
Uma ex-namorada de um dos envolvidos compartilhou prints em redes sociais em que denunciou o esquema de fraudes no Enem.
Relembre no vídeo abaixo como começou a investigação sobre esse caso e como foi o esquema:
VÍDEO: Veja como foi descoberta a fraude no Enem no PA
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