
Premiação reconhece ações que promovem a preservação ambiental. Incentivos chegam a mais de R$ 7 milhões. Cerimônia ocorre no início de novembro, no Rio de Janeiro. Empresas amapaenses representam o Brasil no prêmio Earthshot Prize
As startups do Amapá Amazon Biofert, Engenho Café de Açaí e Mazodan estão concorrendo ao prêmio Earthshot Prize, criado pelo herdeiro da coroa britânica, príncipe William. A ideia é reconhecer alternativas que buscam preservar o meio ambiente.
São 15 finalistas, desses, cinco irão ganhar incentivos financeiros que equivalem a mais de R$7 milhões, para seguirem realizando um trabalho sustentável. A expectativa é que o príncipe venha ao Brasil no início de novembro para a cerimônia de entrega da premiação, no Rio de Janeiro (RJ).
Nesta edição, concorrem grupos indígenas, ONGs e comunidades locais. As empresas do Amapá são as únicas representantes da Amazônia, cada uma atua em um eixo.
O Earthshot Prize é considerado uma das maiores iniciativas ambientais da atualidade. As cinco categorias do prêmio são inspiradas nos objetivos de desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU): restauração e proteção da natureza, limpeza do ar, revitalização dos oceanos, vida sem resíduos e ação climática.
Willian e Kate participam do Prêmio Earthshot 2022, em Boston
Getty Images via Globo
Conheça mais sobre as representantes do Amapá:
Amazon Biofert
Amazon Biofert usa caroços de açaí como matéria-prima
Gea/Divulgação
A empresa viu nos caroços de açaí uma alternativa de fertilizante que diminui a produção de carbono e promove uma agricultura mais sustentável. O biochar promove uma agricultura mais sustentável, valorizando os recursos da floresta amapaense.
A matéria-prima da Amazon é fruto de uma parceria com os batedores de açaí. A empresa recolhe os caroços descartados por esses profissionais, gerando uma economia circular. A Amazon é pioneira na geração de créditos de carbono e regeneração de solos através do Biochar.
Para os gestores, a indicação ao prêmio reforça o potencial da empresa, que para eles está preparada para revolucionar o mercado da agricultura sustentável.
“A gente trabalha em colaboração com coletores e batedores de açaí da área urbana e temos também parcerias com as agroindústria. Hoje a gente traz esses resíduos que poderiam ser usados para gerar mais ainda C02, e na Amazon Biofert fazemos o processo de criação do biochar. Esse biochar já está impactando a vida de agricultores do estado. Estamos prontos para impactar toda a região Norte”, destacou Wesley Resplande, sócio da Amazon.
Engenho Café de Açaí
Engenho Café de Açaí existe há 4 anos
Sebrae/Divulgação
Inspirado também na reutilização dos caroços de açaí, a Engenho Café de Açaí aliou duas paixões: o açaí e o café. A ideia surgiu em 2011.
Nos resíduos que seriam descartados de forma inadequada, o casal Lázaro Gonçalves e Valda Gonçalves, viu a possibilidade empreender e entregar à sociedade um produto que traz os traços do fruto da Amazônia amapaense combinado com as sensações ao tomar um café.
Do modo de preparo ao gosto, Lázaro destaca que o maior diferencial do produto é a preocupação com o meio-ambiente.
“Durante os últimos quatro anos de operação já reaproveitamos mais de 200 toneladas de resíduos de açaí. Nós estamos alinhados com oito das 17 ODS da Onu, então isso é muito importante […] tem a questão da Amazônia, que é um apelo muito forte, por isso somos fortes concorrentes para disputar com o mundo” disse Lázaro.
Mazodan
Michael Carvalho durante a Expo Favela Amapá
Arquivo pessoal/Reprodução
O empreendimento, criado pelo empresário Michael Carvalho, de 39 anos, usa sedimentos de rios para baratear custos de construção e diminuir impacto ambiental.
Em 2023 amapaense chegou à final da Expo Favela 2023 – O Desafio 2023 ao lado de Gleicy Alencar, da favela Parelheiros, de São Paulo. A Mazodan foi selecionada como uma das 10 melhores do país, durante a Expo Favela Innovation Brasil, e chegou à final, onde conquistou o prêmio de R$80 mil.
Startup do Amapá vence Expo Favela 2023 e conquista R$ 80 mil
Michael Carvalho, idealizador da startup ‘Mazodan’, do Amapá
Michael Carvalho/Arquivo Pessoal
A meta também é ajudar a diminuir a emissão de dióxido de carbono, provocada pela produção de cimentos e argamassas comuns. Com sede no município de Santana, distante 17 quilômetros de Macapá, a empresa retira parte da matéria-prima utilizada na produção do rio Amazonas.
Segundo dados coletados pela startup, só no maior rio de água doce do mundo o volume de rejeitos reposto é de 1,2 bilhões de toneladas ao ano.
“A construção civil é um dos segmentos que mais entrega no Brasil, mas também é o que mais gera resíduos. Nosso objetivo não é substituir o cimento, mas diminuir o uso dele com produtos sustentáveis. Quando a gente coloca um material como o da Mazodan, conseguimos equilibrar mais essa matriz poluente”, afirmou Michael.
O prêmio Earthshot Prize ocorre desde 2020. Com a visita do príncipe ao Brasil, a expectativa que ações de preservação sejam debatidas com as autoridades também.
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